No artigo desdobramentos da crise política, Luis Nassif reflete, com a habitual inteligência, sobre as relações entre política, mídia e as “novas mídias” – blogosfera, etc – na era da “plena informação”. Na última parte (são 4), faz uma interessante síntese do governo Lula:
“Baixada a poeira – porque não há priapismo midiático que sustente dois anos de denúncias – as bandeiras ficarão mais nítidas:
1. A opção pelo social, muito mais que seus antecessores, muito menos do que teria sido possível, se a política monetária fosse menos predatória. Mas como a oposição irá criticar o ponto mais vulnerável de Lula, se a mídia está há 8 anos repisando que o melhor de Lula é o BC?
2. Montagem de uma rede social que mudou a cara do país, especialmente com o Bolsa Família, Luz para Todos, aumento do salário mínimo e Prouni.
3. Avanço na modelagem das relações federativas, através do modelo PAC: União definindo regras e recursos, estados articulando-se com setor privado e tocando as obras, méritos políticos repartidos entre ambos.
4. Retomada de investimentos básicos, como infraestrutura, saneamento e moradia (a depender dos resultados a serem alcançados ainda em 2010).
5. Nova inserção internacional, como o reconhecimento sobre o salto do país no cenário mundial.
6. O pré-sal com todo seu potencial de redefinir a política industrial.
E haverá os pontos fracos:
1. Aparelhamento da máquina.
2. Incapacidade de avançar em reformas gerenciais mais profundas.
3. Incapacidade de tornar a inovação ponto central de seu governo.
4. Incapacidade de instituir centros de pensamento estratégico capazes de definir o futuro de forma consistente.”
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