Pior do que jogo ruim da seleção é ter que ficar escutando as pérolas que saem com volúpia das cordas vocais do locutor.
Todos já conhecem a filosofia galvão bueno, e não são poucos que reclamam. Mas agora, vendo o Brasil e Bolívia, acabei de escutar uma bonita:
“O torcedor pagou, tem direito a vaiar mesmo”
Como assim, pagou tem direito a vaiar?
Será que é por isso que eu não posso vaiar o galvão bueno?
Será que meus alunos podem me vaiar porque pagaram a escola?
Afinal, que direito o dinheiro dá?
Um torcedor é um torcedor, ou um pagador?
Fiquei triste de ver o pouco apoio da torcida ao time. Reclamam que a seleção não tem garra coisa e tal, mas a torcida é pior ainda. Queremos espetáculo, mas nem terminou o primeiro tempo e já estamos vaiando. E com o total apoio do gigaaante galvão bueno. O dinheiro paga tudo.
E pior ainda, acabei de descobrir que os ingressos foram mais caros que o normal. Vejá só o que diz o Dia:
“Se a intenção da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) era lotar o Engenhão, o preço exorbitante dos ingressos foi de encontro a sua idéia. Resultado: faltando menos de uma hora para o início da partida entre Brasil e Bolívia, pelas Eliminatórias da Copa de 2010, o público presente é muito modesto.
(…)
O preço dos ingressos, variavam entre R$ 30 e R$ 200. O mais barato, equivale a quase 10% do salário mínimo brasileiro, o que revoltou os torcedores.”
É, dentro de todo esse contexto, não seria tão estranho se o jogo terminasse nesse braobol mesmo.
BRA 0 0 BOL
Veja também:
Procura por ingressos para partida entre Brasil e Bolívia no Engenhão decepciona
“A baixa procura intriga. O assessor de imprensa da CBF, Rodrigo Paiva, exime de culpa os supostos preços altos (restam entradas de R$ 100 e R$ 200).”